Edificação pertencente a Mancha Ferroviária de Santa Maria, participa de projeto lançado pelo governo do Estado

Iconicidades é o projeto lançado pelo governo do Estado para fazer frente ao desafio de tornar as cidades gaúchas mais inovadoras, criativas e empreendedoras.

https://www.rs.gov.br/iconicidades-o-projeto

Considerando os objetivos do edital, no sentido de ressignificar e estimular a retomada e recuperação de espaços arquitetônicos icônicos na cidade, que façam parte da identidade local, seja pela localização, pelo estilo arquitetônico que imprimem, ou mesmo pelo uso que deles se fez no passado; considerando a oportunidade de proporcionar um novo uso à edificação, promovendo o estímulo à inovação e à economia baseada no capital intelectual, envolvendo a criação de ecossistemas criativos; o Instituto de Planejamento de Santa Maria (IPLAN) inscreveu o antigo Clube dos Ferroviários e sede da Associação dos Ferroviários para participar deste relevante projeto. A inscrição no projeto Iconicidades, foi um trabalho em conjunto, elaborado pelo Gabinete do Vice-Prefeito, Secretaria de Cultura e Instituto de Planejamento de Santa Maria.

Localizado no cerne da Mancha ferroviária de Santa Maria e Vila Belga (tombada pelo IPHAE), o antigo Clube dos Ferroviários e sede da Associação dos Ferroviários situa-se em um terreno de esquina, na intercessão entre as ruas Manoel Ribas (antiga Pinheiro Machado) e Dr. Vauthier (antiga Garibaldi).

Quando nos referimos à mancha ferroviária de Santa Maria, aludimos a uma parte da cidade, uma zona de preservação delimitada por um polígono irregular que engloba uma série de bens patrimoniais do município, todos eles – em maior ou menor grau – relacionados com a presença da ferrovia na cidade (Colégio Estadual Manoel Ribas, Vila Belga, Sede da Cooperativa, o Clube dos Ferroviários, a Estação Central e entorno, a Avenida Rio Branco e áreas anexas).

 

Diversas instituições da cidade de Santa Maria declararam seu apoio à revitalização do Centro Histórico, incluindo o antigo Clube dos Ferroviários. Entre elas estão: Universidade Franciscana (UFN), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Associação Santa Maria Tecnoparque, Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM), Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Maria  (CDL Santa Maria), Câmara de Comercio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM), SEBRAE Região Centro, Serviço Social do Comércio (SECS-SM), Secretaria Municipal de Educação  (SMED), Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (COMPHIC) e Associação dos Moradores Ferroviários da Vila Belga.

A intervenção pretende trazer um novo uso à edificação, visto que a utilização do espaço é um aliado fundamental para sua preservação. O Município anseia proporcionar um espaço que incentive a criatividade, estimulando o raciocínio crítico e aprimorando habilidades. Somando-se a isso, considerando que uma cidade educadora envolve, cuida e desenvolve ações de salvaguarda da sua memória, dos seus espaços e do seu patrimônio como parte da educação integral do ser humano, o prédio vai abrigar um centro de artes e economia criativa por meio da Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan (EMAET) contribuirá com essa ação, visto que a educação incentiva desde os anos iniciais de formação, um olhar criativo o qual será diretamente proporcional ao empreendedorismo dos adultos de amanhã. Com um espaço amplo e adequado, por meio de uma gestão compartilhada entre as Secretarias de Cultura e de Educação, será possível transformar a escola em um centro regional de formação, incluindo um programa permanente de inovação e empreendedorismo criativo, com cursos, workshops e mentorias, abrangendo setores da Economia Criativa.

A ideia é ter um ambiente que desenvolva o espírito colaborativo, através da inclusão de jovens e a inserção ao mercado de trabalho, estimulando o desenvolvimento de novos potenciais. Contamos com a expertise e conhecimento das Instituições de Ensino Superior de Santa Maria, que já compactuam com a proposta tanto do Distrito Criativo, do qual este prédio faz parte, quanto do restauro e uso deste bem cultural.

Ainda, considerando a área e pensando no uso original da edificação, que segundo fontes bibliográficas era um espaço de lazer, percebe-se a necessidade de preservar um espaço de convivência, de memória referente ao antigo Clube e Associação dos Ferroviários, tanto dos moradores da Vila Belga, como da vizinhança. O espaço poderá abrigar atividades que estimular e fomentar a economia solidária. Uma área descoberta onde havia quadra poliesportiva sanará a atual falta de uma área de lazer da região, retomando a união que existia na época efervescente da Ferrovia.

A proposta pretendida favorece o engajamento e defesa interesses da população e negócios locais, envolvendo universidades, organizações sociais, atraindo negócios locais e investimentos privados.

Texto: Camila Saccol Fros (Arquiteta e Urbanista do IPLAN) e Rose Carneiro (Secretaria de Cultura)